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Tayson Silva Cirqueira

LITERATURA: UMA ANÁLISE HISTÓRICA SOBRE A USINA DE ITAIPU A PARTIR DO POEMA ADEUS AS SETE QUEDAS DE DRUMMOND

Atualizado: 8 de mai.

LITERATURE: A HISTORICAL ANALYSIS OF THE ITAIPU PLANT FROM THE POEM ADEUS AS SETE QUEDAS DE DRUMMOND





Como citar esse artigo:


CIRQUEIRA, Tayson Silva; AQUINO, Edailze Pelutti de; SILVA Renan Costa.  Literatura: Uma análise histórica sobre a Usina de Itaipu a partir do poema Adeus As Sete Quedas de Drummond. Revista QUALYACADEMICS. Editora UNISV; v. 2, n. 2, 2024; p. 304-327. ISSN: 2965-9760 | DOI: doi.org/10.59283/unisv.v2n2.026



Autores:


Tayson Silva Cirqueira 

ORCID: https://orcid.org/0009-0004-1600-5874 | Formado em Licenciatura em Letra-Língua Portuguesa pela Universidade Federal do Pará (UFPA), Especialista em Metodologia de Ensino da Língua Portuguesa, Literatura e Artes pela Faculdade Venda Nova do Imigrante. – Contato: tayson3@live.com 


Edailze Pelutti de Aquino

ORCID: https://orcid.org/0009-0005-0954-0980 | Psicopedagoga pela Faculdade Sinop – Fasip. - Contato:  Daiasophia33@gmail.com


Renan Costa Silva

ORCID: https://orcid.org/0009-0001-4900-8332 | Pós-Graduado em Metodologia do Ensino de História e Geografia pela INTERVALE. - Contato: nanerrenan123@outlook.com


RESUMO


Este artigo visa investigar a inter-relação entre História e Literatura, especificamente através da análise do poema "Adeus às Sete Quedas" de Carlos Drummond de Andrade. O objetivo é compreender como a produção literária pode narrar e expressar eventos históricos, utilizando como caso de estudo o desaparecimento do conjunto de Sete Cachoeiras no Rio Paraná devido à construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu. Para alcançar esse objetivo, empregamos uma abordagem analítica, examinando o poema de Drummond de Andrade em relação ao contexto histórico da construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu e ao desaparecimento das Sete Quedas. Utilizamos métodos de análise literária para compreender como o autor utiliza a linguagem poética para representar esse evento histórico e expressar seus sentimentos sobre o assunto. Além disso, realizamos uma revisão da literatura para contextualizar teoricamente a relação entre História e Literatura. Este estudo é relevante por contribui para uma compreensão mais profunda da intersecção entre História e Literatura, destacando como a narrativa literária pode ser uma forma poderosa de representar eventos históricos e transmitir significados culturais e emocionais. Além disso, ao analisar um poema específico sobre um evento histórico marcante, podemos explorar questões de memória, identidade e patrimônio cultural.

 

Palavras-chave: Palavras-chave: História e a Literatura; Carlos Drummond de Andrade; Adeus as Sete Quedas; Usina Hidrelétrica de Itaipu.

 

ABSTRACT

 

This article aims to investigate the interrelation between History and Literature, specifically through the analysis of the poem "Farewell to the Seven Falls" by Carlos Drummond de Andrade. The objective is to understand how literary production can narrate and express historical events, using as a case study the disappearance of the Seven Falls set on the Paraná River due to the construction of the Itaipu Hydroelectric Power Plant. To achieve this goal, we employ an analytical approach, examining Drummond de Andrade's poem in relation to the historical context of the construction of the Itaipu Hydroelectric Power Plant and the disappearance of the Seven Falls. We use methods of literary analysis to understand how the author uses poetic language to represent this historical event and express his feelings on the subject. Additionally, we conduct a literature review to theoretically contextualize the relationship between History and Literature. This study is relevant because it contributes to a deeper understanding of the intersection between History and Literature, highlighting how literary narrative can be a powerful way to represent historical events and convey cultural and emotional meanings. Moreover, by analyzing a specific poem about a significant historical event, we can explore issues of memory, identity, and cultural heritage.

 

Keywords: History and Literature; Carlos Drummond de Andrade; Farewell to the Seven Falls; Itaipu Hydroelectric Power Plant.

 

 

1. INTRODUÇÃO

 

A Usina Hidrelétrica Itaipu é um dos grandes empreendimentos que mais geram energia no mundo, ela possui 20 unidades geradoras que podem resultar em até 100 bilhões de quilowatts-hora. Ela é uma empresa internacional pertencentes ao Brasil e Paraguai no qual os dois países buscaram aproveitar os recursos hidráulicos. Com a construção as transformações e os impactos foram sentidos por todos os lugares, em especial no reservatório, levando a inundação das cachoeiras 19 cachoeiras agrupadas em sete grupos chamadas Salto das Sete Quedas que foram engolidas pelo rio Paraná.


Para discutirmos o desaparecimento das cachoeiras neste artigo, devemos saber que tanto a História quanto Literatura são disciplinas afins que servem para explicar os acontecimentos, pois segundo Pensavento (2004) elas fazem uso de estratégias retóricas para contar os fatos, pois retratam a época em que são produzidas, possuindo um público destinatário e leitor, esse conhecimento é necessário uma vez que recorreremos a obra Adeus as Sete Quedas de Carlos Drummond de Andrade, que em 1982 expressou seu descontentamento no Jornal do Brasil.


Este estudo possui grande relevância para o saber, lembrando que nem todo estudo é definitivo, mas por meio dele podemos evidenciar que a História e a Literatura são ciências afins, sendo a poesia o texto histórico e literário sobre os fatos, como já dizia Pesavento (2004) quando afirma que a História é regida pela relação que estabelece com seu objeto de estudo ou os fatos, seu objetivo é buscar a verdade sobre o passado e os fatos narrados, ou seja, buscando o veríssimo com o antes. Já a literatura para Gilbert Durand (2003) é a fonte concreta da representação humana e todas as suas especificidades, onde se vem inscrever o trajeto reversível que, do social ao biológico, e vice-versa, informa a consciência global, a consciência humana. Esta Interdisciplinaridade ocorre de maneira natural conforme dito por D’ávila (2011) quando afirma que ela é uma ação voltada à integração de conteúdos antes divididos em um único e novo saber, para proporcionar aos estudantes várias perspectivas sobre determinado assunto, estimular o pensamento e causar reflexões. Além dos autores mencionados também recorro a Mazzarollo (2002); Ribeiro (2002); Gonçalves (2009); Santos (1996), Andrade (1982); Pereira (2008); Andrad (2010) entre outros.


Este trabalho se justifica pela necessidade de contar essa história, levando em conta o desaparecimento das cachoeiras por conta da formação do reservatório de Itaipu no Extremo Oeste paranaense, em outubro de 1982.  Desapareceram inúmeras paisagens, lugares onde estavam depositados anos de história, cuja destruição significou para seus moradores a ameaça a seus referenciais. Também é importante mostrarmos que a produção literária tem em sua essência um enorme potencial e capacidade de contar uma determinada realidade usando métodos um tanto quanto não usuais, como os sentimentos, aproximando-se da História porque as duas se ajustarem em formatos discursivos. Em relação ao registro dos fatos a utilização dessas produções provocam a investigação e construção do conhecimento histórico. Este artigo tem como principal objetivo analisar a história da hidrelétrica de Itaipu pelo olhar do poeta Carlos Drummond de Andrade, autor no texto Adeus as Sete Quedas, esse objetivo se desdobra em outros a saber: descobrir a relação entre história e literatura; discutir os impactos causados pela Usina Hidrelétrica de Itaipu e sugerir e contar a possível história contada pelo artista.


Este pretende limitar-se a compreender os acontecimentos ocorridos usando o texto Adeus as Sete Quedas como fonte de narração Histórica fazendo um entrelaçamento entre os fatos e possíveis interpretações para eles, ou seja, este trabalho é focado na pesquisa bibliográfica, para Lima e Mioto (2007), “a pesquisa bibliográfica implica em um conjunto ordenado de procedimentos de busca por soluções, atento ao objeto de estudo, e que, por isso, não pode ser aleatório”.


O artigo pretende estruturar-se da seguinte forma: Primeiro será mostrado a relação entre a História e literatura e como essas disciplinas se complementam para o nosso saber; após a discussão será apresentado a história da construção da hidrelétrica de Itaipu e suas consequências, no final a história será contada por meio da poesia aqui mencionada sempre fazendo um entrelaçamento a textos publicados sobre a temática. Vale deixar claro que este estudo não é definitivo tampouco busca o verossímil perfeito dos fatos, mas serve como ponto de partida para futuras pesquisas a quem se interessa.

 

2. HISTÓRIA E LITERATURA

 

Antes de analisarmos o texto precisamos fazer um bom entrelaçamento de ideias para nos respaldar ao utilizar a obra literária como fonte histórica, para isto neste tópico traremos importantes teorias sobre História e Literatura para o desenvolvimento da narrativa e reflexão sobre o Olhar de Drummond.


A história sempre foi uma importante disciplina acadêmica desde a segunda metade do século XIX, mas antes todos pensavam que uma narrativa histórica só poderia ser contada por meio de documentos oficiais, podemos citar como exemplo relatórios, decretos, atas públicas entre tantos outros, mas seria injusto limitar esses documentos como fontes única para construção de narrativa do passado, pois há outras formas que usam a interdisciplinaridade para tal, D’Ávila (2011) afirma que devemos usar ações que  integram conteúdos que antes eram tratados de forma individual para que passem a integrar um novo saber. Essa iniciativa é importante pois por meio dela os educandos podem absorver várias perspectivas sobre um contexto, não tendo assim um único ponto de vista, mas vários. A literatura é um bom exemplo de modalidade textual que tem muita contribuição para a história, pois segundo Ferreira (2009) os textos literários assim como muitas outras fontes artísticas não podiam ser reconhecidos como documentos oficiais para construir a verdadeira história de forma fidedigna, ou seja, a variedade de fontes é o ponto chave para a produção da narrativa dos fatos conforme concordam Ferreira e Sffner (2008) em chamar esse crescimento documental em revolução documental.


A história abriu nossos espaços e objetos de pesquisa que se enquadram dentro da ciência. A revolução documental marcou o século XX pois os documentos considerados não documentais passam a pertencer as fontes históricas ou uma forma de complementação para ela. Essa ampliação tornou possível o crescimento dos estudos de caráter cultural, assim surgiu a Nova História que passou a ter diversas particularidades que inovaram o conceito de documentos aumentando a capacidade estilística. Nos respaldamos em Tétart (2000, p. 122-123), ele afirma que a principal característica na Nova História cultural é a sua dimensão dinâmica e diversa, em que não recusa a limitar-se. Sob essa perspectiva também temos Ferreira e Seffner (2008) que defendem a literatura, pois segundo eles ela além de descrever fatos ela pode levantar questões étnicas, raciais entre outros, por isso o conceito de fonte histórica tem se ampliado e se transformado significativamente.


Peter Burke (1997), acredita que a revista d'Histoire Économique et Sociale foi fundada para promover uma nova espécie de história e permanece hoje incentivando novas formas de desenvolver a história. Dentro desse desenvolvimento encontra-se a literatura. Segundo os autores a história não é acionada se não houver um questionamento, para Barros (2010) o pesquisador de história tem desejo por mostrar que a verdade tem como princípio com a formulação de um problema, despois disso ele poderia dar continuidade a sua busca.


As pessoas acreditavam que a literatura tinha um caráter puramente ficcional, mas acabam por esquecer que ele desempenha um papel social que descreve os fatos. “História e Literatura se aproximam de tal forma que é bastante complexa a tarefa de tentar dissociá-las, pois para os pressupostos da História Cultural, as narrativas, sejam elas literárias ou históricas, constroem uma representação sobre a realidade” (PESAVENTO, 2003, p.71). Ainda de acordo com o autor a história e a literatura são boas formas de explicar o que ocorre no presente além de construir uma narrativa do passado como também abre um leque para supor o futuro. A história descreve sua época da mesma forma a literatura faz o mesmo, podemos notar como diferença que a primeira procura unicamente a “verdade” enquanto a outra não tem como base essa preocupação, mas não significa que a literatura não conte uma história fidedigna a realidade, o escritor, por exemplo, consolida sua ótica por meio da sua escrita.


Acredita-se que a literatura conta muito mais do que um texto puramente descritivo, uma vez que sugere diversas outras interpretações e traduzindo olhares sobre tudo, Sevcenko (2003) confirma essa teoria ao afirmar que literatura conta aquilo que ocorreu e o que não ocorreu, também abre espaço para possibilidades ara narrativas tristes de cunho pessoal de pessoas que foram vencidas pelos fatos, além de possibilitar uma nova análise sobre o passado dando voz aos que foram oprimidos construindo assim uma identidade social e individual, pois “as duas narrativas têm igualmente por efeito socializar os indivíduos, criando as condições simbólicas de coesão social” (PESAVENTO, 1998, p. 14). Ainda segundo o estudioso o testemunho da história, como apresentaremos neste artigo sobre a análise de um texto literário, traz importantes significações sobre o momento independente de ser um documento considerado oficial, com isso acontece descrição em textos do mundo, a memória social, por exemplo, foi criada a partir do discurso literário formado por meio de uma representação que se socializa e que tem um conteúdo pragmático e socializador.


Não podemos falar sobre construção de narrativa sem mencionar a memória, Para Pensavento (2008) a narrativa é construída por valores, memórias e discursos, por isso o historiador tem o trabalho de construir a memória, e está só é acionada por meio de sua evocação montando o relato daqueles que viveram determinado período. Jacques Le Goff (1996) afirma que a memória se apoio primordialmente nos textos escritos, pois eles servem como fontes de armazenamento para ela não se perder, um exemplo claro são os livros de bibliotecas e os poemas, como trataremos mais adiante nesse trabalho.


Voltemos ao passado para nos aprofundarmos na teoria a palavra literatura origina-se etimologicamente do latim literatura, a partir de Littera, letra. As narrativas já existiam muito antes das letras, a escrita surgiu muito tempo depois, as histórias eram contadas e repassadas de geração em geração. Ao passar dos anos o conceito de literatura se vinculou a palavra escrita, o que é totalmente errado apesar de possuírem conexões. O conceito de literatura sempre acompanhará um posicionamento crítico por parte dos que a definem, para Andrade (2010) Literatura nos oferece uma luz a questões raciais, étnicas e sociais de forma a contemplar a diversidade cultural em que haja possibilidade de quebrar possíveis regras do mundo real, isso inclui se afastar das normas do tempo e espaço, fazendo com que a expressão do homem seja um processo livre.


Como Reyes (2015) diz a literatura também é fonte histórica pois tem a capacidade de lançar uma luz em áreas não contempladas por outras fontes além de esclarecer sobre a ambientação social descrevendo homens e mulheres de acordo com o tempo. Peixoto (1939) compara a literatura como um sorriso social.


Quando a sociedade ela está feliz, o espírito se lhe reflete nas artes e, na arte literária, com ficção e com poesias, as mais graciosas expressões da imaginação. Santana (2014) diz que as fontes histórica são importantes pois possibilita reconstituição do passado por essa razão devem ser mais diversificadas possível..


Como podemos notar neste tópico é possível usar a literatura como fonte histórica para criarmos uma narrativa, seja de uma obra literária rebuscada, um conto, romance, uma crônica e uma poesia que é objeto de análise deste artigo. Vamos analisar como ela constrói a realidade social, pois podemos perceber que a literatura é um testemunho da realidade histórica. No próximo item faremos uma breve contextualização sobre a construção da Hidrelétrica de Itaipu no Paraná que resultou no alagamento no conjunto de cachoeiras chamadas de Salto das Sete Quedas.

 

3. A USINA HIDRELÉTRICA DE ITAUPU E O SALTO DAS SETE QUEDAS

 

Este trabalho tem como foco contar os fatos a partir do texto Adeus as Sete Quedas de Drummond, por isso neste tópico abordaremos a história da Usina Hidrelétrica de Itaipu, que causou o alagamento das cachoeiras, de forma superficial. Logo mais falaremos de forma mais aprofundada sobre o ocorrido fazendo um entrelaçamento com ideias de importantes autores.


A usina Hidrelétrica de Itaipu é uma das mais importantes hidrelétricas do mundo, principalmente em geração de energia. Ela pertence ao Brasil e Paraguai por isso é uma empresa binacional instalada no Rio Paraná. Segundo Mazzarollo (2003) em 1975 iniciou-se a construção da usina e ocorrendo o terminando a barragem em 1982, apesar disso a geração de eletricidade vingou em 1984. Dentre outros fatores a construção da barragem teve diversos problemas como vários conflitos diplomáticos entre os países envolvidos por ser instalada em uma região que abrange as duas nações. 

 

Figura 1 – Itaipu 46 Anos



 

Para que a construção pudesse ocorrer foi necessário a produção de diversos estudos sobre o aproveitamento da energia que poderia ser gerada nas cachoeiras chamadas de Salto das sete quedas que era a maior cachoeira do mundo em volume d’agua, a cachoeira era composta por 19 saltos agrupadas em sete grupos, origem do nome. Em 1984 com o enchimento do reservatório de água as cachoeiras foram inundadas dentro de 14 dias.


As cachoeiras localizadas no Município de Guaíra no Paraná também eram chamadas de Salto Guaíra, as quedas se formaram devido o acidente geográfico localizado no Rio Paraná (SOUZA e SILVA, 2007). 

 

Figura 2- vista geral Guaira

usina de itaipú
Itaipú

 

Houve um estudo sobre o aproveitamento do potencial hídrico do lugar onde era o Salto das Sete Quedas no Rio Paraná no pequeno município de Guaíra, município este que não existe mais, pois sua localização era justamente onde hoje encontra se o lago que exerce a função de reservatório. Essa construção teve início no governo de Juscelino Kubitscheck (1956-1960) contudo os estudos, projetos e negociações prolongaram-se nos por muitos anos e por diversos outros mandatos de presidentes da república, no de Jânio Quadros, João Goulart, Castelo Branco, Costa e Silva e Médici, sendo que o canteiro de obras para a construção da usina foi implantado no ano de 1974, já governo de Ernesto Geisel. Os estudos resultaram na decisão de construir a Usina Hidrelétrica não nas proximidades das Sete Quedas em Guaíra, mas sim em uma localidade denominada Itaipu (Foz do Iguaçu). Os dois países assinaram um contrato, concordando em aproveitar conjuntamente o potencial hidroelétrico do Rio Paraná e prevendo a constituição de uma empresa binacional, a Itaipu (MAZZAROLLO, 2003).

 

Figura 3 – Sete Quedas Antes e Depois

Sete Quedas
Sete Quedas

 

Tudo que foi aqui exposto nos leva ao entendimento sobre os fatos para um bom embasamento, pois o objetivo deste trabalho é analisar a história contadas por meio do poema publicado no Jornal Brasil em 1982“Adeus as Sete Quedas” de Carlos Drummond, ele escreveu após ter a certeza sobre a submersão das cacheiras anunciada pelo Governo Federal. A seguir analisaremos os fatos construindo uma narrativa sob o olhar de Carlos Drummond de Andrade por meio da poema Adeus as Sete Queda

 

4. ANÁLISE SOBRE A USINA DE ITAIPU A PARTIR DO POEMA ADEUS AS SETE QUEDAS DE DRUMMOND

 

Nascido em Itabira do Mato Dentro Mingas Gerais em 1902 Carlos Drummond de Andrade foi contista, cronista e importante poeta brasileiro no período modernista. Filho de Carlos de Paula Andrade e Julieta Augusta Drummond de Andrade ele nasceu em uma família de morava na zona rural tradicional da região. Desde criança interessou-se pelas artes, durante a vida adulta causou-se com Dolores Dutra de Morais com quem teve dois filhos e continuou seus trabalhos na literatura. Seu trabalho mais reconhecido foi “No meio do Caminho” de 1928. Drummond faleceu em dia 17 de agosto de 1987 no Rio de Janeiro morrendo com 85 anos.


Em 1982 perto de completar 80 anos o autor escreveu o poema dedicado a memórias das cachoeiras que desapareciam com a barragem de Itaipu que eram um patrimônio nacional brasileiro e da Humanidade. Em 13 de outubro de 1982, iniciou o fechamento das comportas do Canal de Desvio de Itaipu resultando no grande alamento do território onde se localizavam as cachoeiras, “Itaipu foi construída com a missão primordial de fornecer energia elétrica para o Brasil e Paraguai” (BAZZANELLA, 2013).  Durante a inundação, os moradores de Guaíra iam até a beira do rio para se despedirem das Sete Quedas. Eis que surge o poema como forma de portesto onde se localizavam as cachoeiras, durante a inundação, os moradores de Guaíra iam até a beira do rio para se despedirem das Sete Quedas. Eis que surge o poema como forma de portesto escrito por Drummond de Andrade (1982) titulado Adeus as Sete Quedas publicado no Jornal do Brasil em destaque na edição:

 

Sete quedas por mim passaram,

E todas sete se esvaíram.

Cessa o estrondo das cachoeiras, e com ele

A memória dos índios, pulverizada,

Já não desperta o mínimo arrepio.

Aos mortos espanhóis, aos mortos bandeirantes,

Aos apagados fogos

De ciudad real de guaira vão juntar-se

Os sete fantasmas das águas assassinadas

Por mão do homem, dono do planeta.

Aqui outrora retumbaram vozes

Da natureza imaginosa, fértil

Em teatrais encenações de sonhos

Aos homens ofertadas sem contrato.

Uma beleza-em-si, fantástico desenho

Corporizado em cachões e bulcões de aéreo contorno

Mostrava-se, despia-se, doava-se

Em livre coito à humana vista extasiada.

Toda a arquitetura, toda a engenharia

De remotos egípcios e assírios

Em vão ousaria criar tal monumento.

E desfaz-se

Por ingrata intervenção de tecnocratas.

Aqui sete visões, sete esculturas

De líquido perfil

Dissolvem-se entre cálculos computadorizados

De um país que vai deixando de ser humano

Para tornar-se empresa gélida, mais nada.

Faz-se do movimento uma represa,

Da agitação faz-se um silêncio

Empresarial, de hidrelétrico projeto.

Vamos oferecer todo o conforto

Que luz e força tarifadas geram

À custa de outro bem que não tem preço

Nem resgate, empobrecendo a vida

Na feroz ilusão de enriquecê-la.

Sete boiadas de água, sete touros brancos,

De bilhões de touros brancos integrados,

Afundam-se em lagoa, e no vazio

Que forma alguma ocupará, que resta

Senão da natureza a dor sem gesto,

A calada censura

E a maldição que o tempo irá trazendo?

Vinde povos estranhos, vinde irmãos

Brasileiros de todos os semblantes,

Vinde ver e guardar

Não mais a obra de arte natural

Hoje cartão-postal a cores, melancólico,

Mas seu espectro ainda rorejante

De irisadas pérolas de espuma e raiva,

Passando, circunvoando,

Entre pontes pênseis destruídas

E o inútil pranto das coisas,

Sem acordar nenhum remorso,

Nenhuma culpa ardente e confessada.

(“assumimos a responsabilidade!

Estamos construindo o brasil grande!”)

E patati patati patatá...

Sete quedas por nós passaram,

E não soubemos, ah, não soubemos amá-las,

E todas sete foram mortas,

E todas sete somem no ar,

Sete fantasmas, sete crimes

Dos vivos golpeando a vida

Que nunca mais renascerá

 

(CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE, 1982).

 

Drummond inicia seu texto falando “Sete quedas por mim passaram”, neste trecho ele faz referência as cachoeiras que foram alagadas devido a formação do lado de Itaipu, parte importante para a geração de energia de uma hidrelétrica”, aqui neste trecho ele delimita o espaço que será traçado ao longo do texto, França (2010) enfatiza que o reservatório se torna um elemento novo na paisagem, provocador de reflexos variados na estrutura social e econômica. Já no período de operação e aproveitamento hidrelétrico, novos impactos surgem e outros se tornam permanentes. Para Santos (1988), o espaço não é somente um formas, mas também a intervenção do homem perante ele, projetando seus desejos sociais, podemos assim afirmar que o espaço onde foi construído a barragem foi resultado da intervenção humana em busca de uma nova organização do espaço. As mudanças do território causaram revolta em muitos, pois nem todos compartilhavam das alterações que estavam por vir com o desaparecimento das cachoeiras, devido à “...ingrata intervenção de tecnocratas” uma vez modificado, podemos nos guiar por Soja (1993) que nos reafirma que o espaço é diferente em vários aspectos, pois eles se transformam em todas as populações e assume formas diferentes sofrendo modificações com o passar do tempo. Construir uma fonte geradora de energia sacrificando a beleza natural do Salto das Sete Quedas é perfeitamente normal. Sobre noção território e suas transformações para este autor, o espaço se altera à medida que os fatos históricos acontecem.

         

A magnitude desse espaço de transformação causa perdas irrecuperáveis e o autor durante sua narrativa contempla o que antes existia de forma majestosa, podemos notar no trecho “Cessa o estrondo das cachoeiras”. A palavra cessar significa dar fim a algo, transformar, Dourado (2007) as coisas mudam o tempo todo e produzem novas formas que não somente se alteram não podemos ignorar assim o tempo e espaço, Carlos Drummond de Andrade monta sua história usando verbos no passado com um tom pessimista em relação ao perdido, isso demonstra a indissociabilidade do tempo histórico com o espaço geográfico.

         

Os sete fantasmas das águas assassinadas por mão do homem, dono do planeta” aqui o autor narra os acontecimentos históricos atribuindo a responsabilidade sobre o ocorrido, no caso o homem, com desejo frenético por explorar o potencial hidrelétrico sem se importar com as consequências ecológicas e humanas notadas no trecho “Uma beleza-em-si, fantástico desenho”, ainda é mencionado os povos indígenas que também foram prejudicados com a construção, como no trecho “A memória dos índios, pulverizada”. A história do Brasil infelizmente sempre foi marcada pela dominação dos povos indígenas e suas narrativas foram faladas por “homens brancos”, teoria que pode ser comprovada nas cartas que eram enviadas aos portugueses no período quinhentista, em que os povos não puderam contar sua versão sobre os fatos, sobre isso Eric Wolf (2010) trabalha com a questão dos “povos sem história”, uma definição aplicável aos povos indígenas, camponeses e aos “comuns” que em geral não têm voz ou vez na história. “Aqui outrora retumbaram vozes” podemos inferir que a ideia central do período é evidenciar o passado que este lugar possui, inúmeras histórias que podem ser contadas, Wolf (2010) chama essas narrativas de micro história pois essas vozes são abafadas e se comunicam com processos regionais ou nacionais, ou seja a macro história.


Nas palavras de Mazzarollo (2003),a inundação das sete quedas ocorreu com a formação do lado de Itaipu, que resultou na mudança de vários povos locais podemos constatar isso no trecho “Afundam-se em lagoa, e no vazio que forma alguma ocupará” aqui o autor evidencia o desaparecimento das aguas assim como as transformações no espaço, mas não somente isso, com a submersão das Sete Quedas, os empreendimentos que tinham sua fonte de renda ligada direta ou indiretamente a atividade turística como hotéis, restaurantes e bares, lojas de souvenires, agências de viagem, serviços de transporte, etc., sofreram um grande déficit e muitos tiveram que finalizar suas atividades (SOUZA; SILVA, 2007). Ainda sobre o pensamento de Souza (2007) podemos fazer uma comparação com o seguinte trecho de Drummond “...empobrecendo a vida”, claro que esta afirmação vai muito além das questões financeiras, ela tem aspectos morais e sentimentais que devem ser analisados.


No aspecto humano a água é vida, e ele foi usada como “moeda de troca” por talvez um pensamento momentâneo imediatista de se ter lucro vista no trecho “aqui sete visões, sete esculturas de líquido perfil” esse perfil foi destruído por “...ingrata intervenção de tecnocratas. A palavra ingratidão significa quem ou aquele que não aprecia devidamente os favores ou benefícios que lhe são prestados, que não se mostra reconhecido à pessoa que os presta. A água é responsável pelo equilíbrio dos ecossistemas mantendo as vidas no planeta. Os rios são até hoje berços de grandes conquistas, fornecendo água tanto para o consumo humano quanto para atividades agrícolas e industriais (MENEGUEL e ETCHEBEHERE, 2012).


Observe o trecho: “Da agitação faz-se um silêncio empresarial de hidrelétrico projeto”, para Santos (1997, p. 111) ressalta que “através da presença dos objetos técnicos como, por exemplo, hidrelétricas, o espaço é marcado por acréscimos, que lhe dão um conteúdo extremamente técnico” com isso muitos moradores tiveram que sair de suas casas sem ter opção de decidir sobre os destinos do local. Já França (2010b, p. 27), fala que “todo processo de geração de energia elétrica, independente da fonte, envolve custos diferenciados e acarreta imensuráveis impactos” que em relação ao poema foram “Dissolvem-se entre cálculos computadorizados” para que se tenha a geração de energia por meio do sistema capitalista que tem como norte o ganho de lucro, “o sistema capitalista de produção está intrinsecamente relacionado à produção e consumo de energia” (SOUZA, 2002, p. 244),. Claro que todo país almeja o crescimento aproveitando o melhor que cada um tem a oferecer. A própria lei diz que a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas, onde, além do abastecimento humano, tem que ser navegável, possibilitar a pesca e finalmente a geração de energia (BRASIL, 1997), mas na época isso não foi levado em conta antes durante e após a construção da hidrelétrica.


Drummond também menciona em determinado trecho sobre as águas barrentas que antes eram majestosas, essa nova coloração deve-se aos problemas ecológicos, podemos ressaltar que a questão é um problema eminentemente social, gerados e atravessados por um conjunto de processos sociais (LEFF, 2000). Grande parte das atividades humanas causa algum tipo de impacto negativo para o meio ambiente, logo, as construções de usinas hidrelétricas não fogem a essa regra, que ocasionam uma grande gama de impactos socioambientais. Neste período “de um país que deixa de ser humano” podemos relacionar com França (2010b, p. 49) “na ânsia de satisfazer as suas necessidades e vontades, o ser humano se apropria cada vez mais da Natureza Primitiva e a socializa, tornando intenso o processo de degradação ambiental e exaustão dos recursos naturais”. “Aos mortos espanhóis, aos mortos bandeirantes”os lugares que foram descobertos pelos bandeirantes e população local era lindo cheio de encantos naturais, no lugar surgiu um espaço barrento, sujo,  com rastros de casas e de objetos que a água não havia destruído, aparecendo marcas de outras histórias, devido a memórias dos antigos moradores daquele lugar (cf. RIBEIRO,2000). Mas nem todos aceitaram tais imposições de forma harmoniosa, pois três mil pessoas participaram da caminhada silenciosa em direção a Sete Quedas, a polícia local proibiu uma manifestação mais fervorosa, ao som de um melancólico tambor que talvez tenha sido inspiração para o poeta Carlos Drummond mencionar tato o uso do instrumento na construção do poema. Além dos três mil manifestantes que se acamparam em Guaíra no final de semana dois mil turistas (Jornal do Estado do Paraná, 1982, p.11).


As belezas das cascatas traziam um número significativo de pessoas no município de Guaíra, desenvolvendo o turístico, o que colocava a cidade no cenário turístico nacional conforme podemos observar na narrativa a seguir:  Mostrava-se, despia-se, doava-se em livre coito à humana vista extasiada. Toda a arquitetura, toda a engenharia de remotos egípcios e assírios em vão ousaria criar tal monumento”. O tom de revolta e indignação do autor pode ser dar devido a falta de participação da sociedade em relação a opiniões, de acordo com Pereira (1974 apud VALENCIO et al., 2009) as construções eram sigilosas e muitas vezes não vinham a público por conta do período militar, os governantes achavam indispensável para a construção do país.


Portanto nessa linha de raciocínio, qualquer historiador contemporâneo que se debruce sobre a literatura pode notar sua função social e histórica, muito além do seu objetivo “ficcional”, e é certo que podemos reconhecer muito do que nos condicionamos a chamar de “realidade” nas peças literárias que lemos. Para o município de Guaíra, a formação do Lago de Itaipu, em outubro de 1982, tem um significado especial, pois além de inundar terras boas para o cultivo, infelizmente também desapareceu com as Sete Quedas, que antes era um importante atrativo natural de geração de renda para o município.

 

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

Perante tudo que foi tratado neste artigo com as diversas informações aqui explanadas podemos tomar algumas conclusões, dentre elas que a “Revolução Documental” foi um grande marco para aprimoramento para as narrativas históricas, pois a literatura vai muito além do que descrever, ela sugere diversas interpretações assim com dar voz para os menos favorecidos. O poema Adeus as Sete Quedas conta a história com um olhar humanizado, tomando partido do lado ecológico nos fazendo refletir sobre as decisões que são tomadas em busco do lucro.


Na perspectiva do poema também pudemos notar que a literatura é uma representação humana que pode sim traduzir determinado tempo sendo utilizada como fonte histórica, dada a sua semelhança em relação ao texto discursivo e suas peculiaridades que resultam em uma melhor representação da realidade. A história e a literatura atuam com escolhas, recortes, contextos, subjetividades e ambas se servem da narrativa. Com um breve histórico sobre a Usina Itaipu Binacional pudemos perceber as várias agressões ambientais que aconteceram, além da problemática com o descaso para com a população, na poesia notamos que a história foi contada de forma parcial defendendo a preservação do bem natural e lamentando a vitória do capitalismo sob o lado ecológico.


A narrativa foi construída por meio de memórias que são registros de acontecimentos da realidade social que aconteceu não pequeno município de Gaira, e Drummond representou bem a reflexão sobre uma época de transformações que por sua vez resultaram na mudança da natureza. Esse universo intercalado entre literatura e história não é tão simples assim, apesar da literatura acabar fixando-se como uma fonte altamente produtiva ainda é vista por muitas como fonte fictícia, mas é inegável que ela nos possibilitou um novo olhar cultural principalmente aos adeptos a história durante sua narrativa poética. Por meio do texto escrito por Carlos Drummond de Andrade pudemos ter uma noção sobre os fatos repleta de significações devido a incorporação deste tipo de gênero textual na produção historiográfica, assim como questionar a limitação de padrões antigos e documentos puramente descritivos.


Portanto apesar da literatura ter sido considerada por muitos anos como um elemento fantasioso que buscava apenas contar uma história abstrata e muito fantasiosa, agora podemos perceber que esse tipo de produção possui um forte elo com o espaço, com o tempo e com as condições socioculturais onde está é construída. Assim podemos afirmar que esse tipo de fonte promove uma maior abrangência do passado. Para Drummond o capitalismo e a ganancia humana fez com que as belas cachoeiras não tivessem nenhum valor comercial sendo massacrada pelo projeto Hidrelétrico implantado no local.

 

6. REFERÊNCIAS

 

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publicação de artigo científico

Esse artigo pode ser utilizado parcialmente em livros ou trabalhos acadêmicos, desde que citado a fonte e autor(es).



Como citar esse artigo:


CIRQUEIRA, Tayson Silva; AQUINO, Edailze Pelutti de; SILVA Renan Costa.  Literatura: Uma análise histórica sobre a Usina de Itaipu a partir do poema Adeus As Sete Quedas de Drummond. Revista QUALYACADEMICS. Editora UNISV; v. 2, n. 2, 2024; p. 442-465. ISSN: 2965-9760 | DOI: doi.org/10.59283/unisv.v2n2.026


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