INTERPRETATION AND LITERACY IN THE EARLY YEARS OF ELEMENTARY EDUCATION
Como citar esse artigo:
SOUSA, Cleane Castro da Silva; SILVA, Maria Cleide Gomes; BRITO, Veronice Silveira de. A interpretação e o letramento nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Revista QUALYACADEMICS. Editora UNISV; v. 2, n. 2, 2024; p. 409-430. ISSN: 2965-9760 | DOI: doi.org/10.59283/unisv.v2n2.024
Autoras:
Cleane Castro da Silva Sousa
Licenciatura em Pedagogia e pós-graduação: em letramento e alfabetização, Favene - Faculdade venda nova do Imigrante. – Contato:castrocleane86@gmail.com
Maria Cleide Gomes Silva
Pedagogia pela UNAMA, Universidade da Amazônia. Contato: dantascleide1968@gmail.
Veronice Silveira de Brito
Licenciatura em pedagogia pela Faculdade da Lapa e pós-graduação em alfabetização e letramento; e Psicopedagogia Institucional pela Faculdade única Ipatinga. – Contato: verabrito198@gmail.com
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RESUMO
Nesse nível de ensino enfatizou-se ter práticas pedagógicas que carecia da necessidade de serem sistematizadas de maneira a afirmar e certificar que os educandos sejam aptos e conscientes de: entender o significado nas mensagens orais e escritas sendo destinatários diretos ou indiretos; ler textos apropriados para o nível de ensino; usar a linguagem oral com competência e rendimento; envolver-se em distintas circunstâncias de comunicação oral; criar textos escritos, dos gêneros apropriados para o nível de ensino. O olhar crítico para as dificuldades do ensino-aprendizagem que vi em escolas públicas em momentos de estágios no Ensino Fundamental e me intrigou tamanha desigualdade dos conhecimentos dos alunos, me fez pensar e querer respostas para a defasagem. Poder elaborar esse árduo e significativo trabalho foi interligando várias contribuições de renomados autores no campo da Educação, fazendo grandes levantamentos no processo de construção de meus conhecimentos, podendo e edificando saberes e relevantes conteúdos, obtive numa pesquisa bibliográfica, teórica. Na utilização da literatura como procedimento metodológico permitiu-se o desenvolvimento integral das crianças numa relação harmoniosa com a alfabetização e consequentemente ao letramento, levando-se em conta todas as etapas de desenvolvimento (ZDPs) e conhecimentos anteriores para uma ler o mundo e compreender-se dentro de nossa realidade pós-moderna.
Palavras-chave: Alfabetização. Letramento. Ensino fundamental. Literatura. Níveis de escrita.
ABSTRACT
At this educational level, it was emphasized to have pedagogical practices that lacked the need to be systematized in order to affirm and certify that students are capable and aware of: understanding the meaning in oral and written messages, whether direct or indirect recipients; reading texts suitable for the educational level; using oral language competently and efficiently; engaging in various oral communication situations; and creating written texts of genres appropriate for the educational level. A critical look at the teaching-learning difficulties I observed in public schools during my internships in elementary education, which intrigued me due to the significant disparity in student knowledge, prompted me to think and seek answers for this educational lag. The opportunity to develop this arduous and significant work involved connecting various contributions from renowned authors in the field of Education, making extensive surveys in the process of building my knowledge, and constructing and establishing knowledge and relevant content, obtained in theoretical bibliographic research. Using literature as a methodological procedure allowed for the holistic development of children in a harmonious relationship with literacy and subsequently, literacy education, considering all stages of development (ZPDs) and prior knowledge for reading the world and understanding oneself within our postmodern reality.
Keywords: Literacy. Literacy education. Elementary education. Literature. Writing levels.
1. INTRODUÇÃO
Neste texto acadêmico esmiuncei a temática a interpretação e o letramento nos anos iniciais do Ensino Fundamental, com intuito que foi de buscar alternativas para concepções realizáveis para a solução da problemática porque acontece da maioria das crianças que estudam nos primeiros anos do Ensino Fundamental público saem sem conseguir ler e interpretar adequadamente?”.
Nas palavras das orientações do MEC para o trabalho com a linguagem escrita na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental:
Parte-se do pressuposto de que a experiência da narrativa ficcional e da poesia deveria anteceder a aquisição do código da escrita. Antes de saber ler, a criança já pode conhecer – se lhe são contadas histórias, recitados poemas, cantadas cantigas – alguns gêneros da literatura. Este é um dado importante quando se pensa na formação de leitores, sobretudo na faixa que se estende da Educação Infantil aos primeiros anos do Ensino Fundamental, quando se dá o processo de alfabetização propriamente dito.
Dialogar textualmente devido ao peso e a relevância que frisei para possíveis causas e soluções para a defasagem na alfabetização de crianças que estão nos anos iniciais do Ensino Fundamental.
Nesse nível de ensino enfatizou-se ter práticas pedagógicas que carecia da necessidade de serem sistematizadas de maneira a afirmar e certificar que os educandos sejam aptos e conscientes de: entender o significado nas mensagens orais e escritas sendo destinatários diretos ou indiretos; ler textos apropriados para o nível de ensino; usar a linguagem oral com competência e rendimento; Envolver-se em distintas circunstâncias de comunicação oral; criar textos escritos, dos gêneros apropriados para o nível de ensino. Baseados em (Brasil, 1997b, p.19).
A metodologia que foi empregada neste texto segundo Justino (2011, p.23) “Pesquisa teórica: tipo de pesquisa que não está relacionada à intervenção imediata da realidade, mas tem papel importante e decisivo quando existem condições e possibilidades de intervenção.”
O olhar crítico para as dificuldades do ensino-aprendizagem que vi em escolas públicas em momentos de estágios no Ensino Fundamental e me intrigou tamanha desigualdade dos conhecimentos dos alunos, me fez pensar e querer respostas para a defasagem.
Esse texto veio discutir em vários momentos que foram distribuídos em introdução, fundamentação teórica, fundamentação metodológica que se divide em: procedimentos metodológicos, e considerações finais e resumo e referências.
Nesses componentes do texto vieram contemplar vários pensamentos de renomados teóricos a respeito das pesquisas do tema ‘A interpretação e o letramento nos anos iniciais do Ensino Fundamental’, que eles defendem e provam por “A mais B” que é verdade através estudos científicos.
O papel das teorias é iluminar e oferecer instrumentos e esquemas de análise e investigação que permitam questionar as práticas institucionalizadas e as ações dos sujeitos, e, ao mesmo tempo, colocar elas próprias em questionamento, uma vez que as teorias são explicações provisórias da realidade (Pimenta; Lima, 2004, p.43).
A pesquisa científica veio com o propósito de mudanças, precisou-se e foi devido à comprovação dos fatos ou não dependendo das ferramentas utilizadas no processo de investigação, e permitiu-se um norte para quem quer respostas aos problemas mais imediatos e também para definir se tem resolução ou não de tal fato.
A elaboração do pensamento científico foi estimada um estudo pessoal, a pesquisa apresenta marcas, identidade de quem a realizou. Mas também é considerado um estudo que precisa ser delineado pelo rigor da metodologia científica.
Para construir conhecimento aprofundado deve-se permitir viajar nas entrelinhas de vários livros, periódicos, artigos, entre outros, quanto mais se ler mais se tem pra ler, porque conhecimento é inesgotável.
2. A CONSCIENTIZAÇÃO ALFABETIZADORA COM LETRAMENTO NA VISÃO HISTÓRICO-CRÍTICO
Ao falarmos em autores que contribuíram para uma educação embasada em pesquisas ao longo da história da Pedagogia no Brasil, não pôde esquecer-nos de muitos nomes renomados como Couto em livro “Ensino Fundamental Caminhos para uma formação integral”, a autora nos fez um convite para a reflexão sobre um ensino fundamental e suas práticas educativas na narração construídas de memórias da educação numa perspectiva abrangente em nosso país.
Ofereceu ênfase primordial aos aspectos relacionados à escola, ao currículo, a profissão docente e a qualidade da educação, o seu maior objetivo como ponto principal foi a reflexão sobre como utilizar a prática educacional inserindo os espaços/tempos no meio trazendo a ideia de diálogo aberto e igualitário entre toda a comunidade escolar (em sua obra a autora se inspirou em diversas teorias).
Segundo Couto (2011) fala sobre a história da educação:
A história da educação brasileira não pode ser analisada separadamente da história do Brasil, no que tange a seus aspectos políticos, sociais, e econômicos, uma vez que a educação é uma prática social que contribui para a formação e atividade humana.
Couto apud Silva (1999, p.25) A educação esteve em: “conflitos ideológicos, são produzidos. Ela é um dos principais sítios nos quais diferentes grupos, com distintas visões políticas, econômicas e culturais tentam definir quais deverão ser os meios e os fins legítimos de uma sociedade”.
A educação passou por vários momentos na história, devido à influência política nas decisões educacionais, pelo fato do governo tomar atitudes que beneficiasse o próprio governo, mas também pelas ideologias dos pensadores em relação à conscientização sobre pressão da população brasileira reivindicando seus direitos a: liberdade de expressão, cidadania, educação e outros.
Se fundamentou a autora ainda na lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional(LDBEN) 9394/96 quanto a Educação básica:
A educação básica tem por finalidade desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores (Art. 21, cap. II, Seção I).
Então nesse ponto de vista foi devido a ser considerada que com esse nível de ensino de acordo com o texto da lei, a carga horária mínima para educação básica é de oitocentas horas distribuídas em no mínimo duzentos dias letivos de constante trabalho escolar (Couto, 2012, p.44).
Teve o intuito de dar suporte educacional ampliou-se o tempo de convívio escolar, através da lei ordinária 11.274/06, a regulamentação da lei aumentou a educação do ensino fundamental para nove anos, tendo obrigatoriedade em todas as escolas públicas e privadas do país e sendo que foi estabelecido um prazo máximo para se adequarem aos novos níveis de ensino, que era até o ano de 2010.
A lei apontou para uma qualidade mais intensiva no sistema de ensino antecipando a entrada das crianças no ensino fundamental, evidenciou-se na faixa etária de 06 anos no primeiro ano.
Nesse foco de entendimento coube aqui à questão da introdução da literatura infantil para a formação de leitores alfabetizados e gradativamente serem letrados, a educação brasileira esteve sempre atrelada ao contexto histórico, social, político e principalmente ao cenário econômico.
Nas palavras de Paulo Freire (1996, p.25) destacou sobre a formação docente:
Minha formação é permanente. Começo por aceitar que o formador é o sujeito em relação a que me considero o objeto, que ele é o sujeito que me forma e eu, o objeto por ele formado, me considero como um paciente que recebe os conhecimentos-conteúdos-acumulados pelo sujeito que sabe que e que são a mim transferidos.
Ou seja, o professor é o sujeito que ao transferir conhecimento numa relação sujeito-objeto, mas na troca de informações ocorrem transformações, essas por sua vez formam novos conhecimentos e entre sujeitos e objetos.
Para Bossi et al (2004, p. 71) é preciso inverter uma política educacional que tem valorizado as coisas em detrimento das pessoas. Nesse sentido é inserida a questão identidade dos sujeitos críticos e conscientes de suas histórias, culturas estabelecendo uma nova relação social.
Sodré (2001, p. 145) aponta questionamentos sobre a identidade:
Como o lugar em que se tem e onde se faz a inserção do problema do sujeito com as identificações a que somos obrigados, que somos levados a assumir quotidianamente na vida social e, também, com o sujeito na técnica e na ciência.
Com o novo conceito de sujeito histórico foi questionado a respeito de como foi e é relevante pensar e agir na construção da identidade, de agentes de pluralidade de diversas culturas e modos de viver para significar e ressignificar as realidades, os contextos históricos vivenciados na atualidade.
Na opinião de um importante pesquisador que contribuiu e contribui até os dias atuais com seus estudos e aprofundamentos sobre os desenvolvimentos internos e reflete no externo de um sujeito com o enfoque no desenvolvimento cognitivo trouxe-nos um despertar para olhares que antes não tinham interesse social e muito menos educacional. Que são os estágios de desenvolvimento cognitivo de Piaget apud Gonçalves (2007):
1º estágio Sensório-motor: (recém-nascido e lactente – 0 a 2 anos): a criança conquista seu mundo através da percepção e dos movimentos, de todo o universo que a cerca. 2ºestágio Pré-operatório: (a 1ª infância dos 2 a 7 anos): o mais importante é o aparecimento da linguagem, que irá acarretar as modificações nos aspectos intelectual, afetivo-social da criança (interação social). 3º estágio Período das operações concretas: (a infância propriamente dita dos 7 aos 11 ou 12 anos): a criança apresenta a capacidade de reflexão, que é exercida a partir de situações concretas no seu desenvolvimento mental, ela adquire uma autonomia crescente em relação ao adulto, passando a organizar seus próprios valores. 4º estágio Período das operações formais: (a adolescência – dos 12 em diante): passagem do pensamento concreto para o pensamento formal, abstrato; o indivíduo realiza as operações no plano das ideias, sem a necessidade de manipulação ou referenciais concretos. É capaz de lidar com conceitos como liberdade, justiça etc. E criar teorias sobre o mundo, principalmente sobre os aspectos que gostaria de reformular. Capacidade está de reflexão espontânea, que descola da realidade é capaz de tirar conclusões de puras hipóteses.
Os subsídios da teoria desse grande escritor Piaget foram abordados os estágios e por sua vez teve e existem conceitos muito importantes que estão relacionados a esses estágios, que destacou um conjunto de situações que entrelaçaram com a alfabetização das crianças são eles: adaptação, acomodação, assimilação e desequilíbrio.
Nesse propósito teve-se convicção que ao seguir esses passos para intervir pedagogicamente nos processos cognitivos, numa linha de raciocínio pode-se ver e constatar que vai haver mudanças positivas e consideráveis no desenvolvimento da aprendizagem das crianças em todas as suas relações sociais, afetivas-familiares, educativas e outros.
Destacou-se ainda que Piaget considerou o elemento “experiência”, pois sem ela não existe aprendizado, quando se referiu que cada nova descoberta construirá muitos outros conhecimentos, como uma porta que se abre e libera novas sensações, realizações e conquistas.
Para Naspolini (1996, p.183), “isso significa que existe uma relação ativa (ação) da pessoa que aprende com o mundo [...] e, ao agir sobre os objetos, tanto os objetos quanto os sujeitos se transformam”. Para essa autora correspondeu no momento da aprendizagem quando o sujeito se apropria do conhecimento e modifica conforme suas necessidades.
Nesses estágios de desenvolvimento ficou clara a subjetividade do autor que era de estímulos à interação para a descoberta do conhecimento através da comprovação na prática por atitudes que provoque, instigue a curiosidade da criança em aguçar a sua liberdade de assimilar, relacionar o que ela já sabe e depois acomodar, adaptar sobre algo que a criança ainda não sabe.
Referiu-se ao estado de mudança de um conceito e adaptar as estruturas cognitivas esse novo conceito reorganizando nas informações promovendo aos conhecimentos elaborados. Na importância do tema alfabetização e letramento para a compreensão foi preciso considerar dois zonas de desenvolvimento: o real e o potencial na teoria de Vygotsky (1984):
Entende-se por nível de desenvolvimento real aquela aprendizagem que já se tornou conhecimento, aquilo que a pessoa já sabe (pensar em alguma coisa que você aprendeu e já saber fazer, como tocar piano, pentear o cabelo, andar de bicicleta). No caso das crianças, trata-se daquilo que sabe fazer sozinha, de forma independente (cortar com a tesoura, por exemplo). A zona de desenvolvimento potencial é referente ao que a criança não consegue fazer sozinha, porém, pode fazer com a mediação de outra pessoa (que pode ser adulto ou não).
Devido que o professor/pedagogo ao observar as crianças em fase de crescimento e desenvolvimento, para construção da alfabetização e letramento na escola vai intervir sempre que possível, ao analisar as respectivas situações no que tange os níveis que são edificados nesse processo de apropriação com diversos tipos de habilidades linguísticas. Fez-se necessário, antes de qualquer coisa, mencionar aqui nesse texto os objetivos dos PCNS para o Ensino Fundamental que os alunos sejam aptos há:
Posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas diferentes situações, utilizando o diálogo como forma de mediar conflitos e de tomar decisões coletivas; desenvolver o conhecimento ajustado de si mesmo e o sentimento de confiança em suas capacidades afetiva, física, cognitiva, ética, estética, de inter-relação pessoal e de inserção social, para agir com perseverança na busca de conhecimento e no exercício da cidadania; utilizar diferentes linguagens – verbal, matemática, gráfica, plástica e corporal – como meio para produzir, expressar e comunica suas ideias, interpretar e usufruir das produções culturais, em contextos públicos e privados, atendendo a diferentes intenções e situações de comunicação.
Esses pontos que foram destacados nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNS) revelou que nos primeiros anos do Ensino Fundamental são necessárias e evidenciadas as questões da construção da criticidade em distintos momentos para aprender e coaprender a elaborar conhecimentos.
E a respeito das capacidades integrais das crianças em todas as diferentes linguagens atendendo a demanda social que exige diretamente e indiretamente da escola essa responsabilidade de conhecimentos construídos entre as relações: professor-aluno; aluno-professor; aluno-aluno; professor-professor.
As habilidades da língua têm por finalidades na escola a formação de cidadãos críticos e conscientes, e um dos caminhos para alcançar essa meta é criar a competência no aluno.
Existem numerosos autores que acreditaram piamente no desenvolvimento das habilidades de forma assistemática, ou seja, através de uma educação informal (na família e na comunidade que estamos inseridos).
Mas também pôde desenvolver a capacidade linguística de maneira sistêmica por meio de exercícios com direcionamentos e planos de ensino proposto para organizar ideias, relacionar-se melhor com o outro, necessitou-se conceber esquemas para interpretar, ser relevante na criatividade, compreender as pessoas e criar empatia social.
Discorreu-se sobre quais são essas habilidades linguísticas: falar, ouvir, ler e escrever. O conceito de ouvir e escutar são distintos entre si, pelo motivo de entendimento do assunto, no que se refere à definição de ambos são: Escutar “1. Tornar-se ou estar atento para ouvir; Dar ouvidos a; 2. Aplicar o ouvido com a atenção para perceber ou ouvir. 3. Ouvir. [...]. 7. Prestar atenção para ouvir alguma coisa” (No dicionário de Aurélio, Ferreiro, 2004, p.797).
Já ao ouvir foi vista como uma ação automática, sem nenhuma interpretação do ouvinte simplesmente ouve um ruído, uma voz, um barulho. Segundo Gomes (2012, p. 103) “Para nós, o que interessa é que o processo da compreensão auditiva envolve uma parte anatômica, uma psicológica e outra social”.
Devem-se envolver nesse entendimento das definições concomitantes três pontos significativos do processo. Nesse sentido novamente Gomes (2012) foi enunciado para relatar sobre esses fatores:
Vários fatores intervêm na compreensão oral e atingem a comunicação, a rapidez do pensamento – nosso pensamento trabalha numa velocidade muitas vezes mais rápido que a da transmissão das palavras. A audição é seletiva – ouvimos o que é relevante para nós. E quanto mais experiência nós temos, mais seletivos ficamos; os prejulgamentos – costumamos interpretar o que ouvimos de acordo com a nossa visão de mundo, e, muitas vezes, isso nos leva a uma interpretação distorcida do que ouvimos; influência do ambiente – os ruídos, as imagens, as atividades no ambiente podem provocar distrações e intervir na compreensão do que ouvimos.
Nesses importantes aspectos pôde-se identificar sugestões de como aprender a escutar, manter a atenção num diálogo para uma boa compreensão dos interlocutores, desenvolver o sentimento de respeito pelas opiniões alheias, foi importante ser ouvido, mas importante também é saber ouvir para compreender e ter uma comunicação sadia, sem nenhuma interrupção.
A fala – linguagem oral é que se refere a esse fator que é semelhante ao anterior. “O homem utiliza a fala para exprimir o seu pensamento, e os mecanismos cerebrais necessários passam por uma primeira faze de planejamento e depois por uma de formulação” (Gomes, 2012, p.105).
O entendimento da fala foi e é uma atividade intencional que abraça a concepção de uma mensagem pré-verbal com a procura do significado. Para a construção do plano fonético antes da articulação, as regras gramaticais, a conexão fonológica é retirada de dicionários específicos.
Sendo assim a mensagem se constrói a partir de desses elementos e pondo em prática a atividade intencional para a edificação da pronúncia das palavras. Esse longo processo da fala é fiscalizado pelo sistema auditivo.
‘A linguagem escrita é uma criação do homem e existe apenas em parte das sociedades humanas’ (Gomes, 2012, p.108). As características dessa linguagem vão mais além do que um mero olhar num texto de dados visuais, gestuais, é capacidade de decodificar e de compreender o que se escreve, identificou-se o que esteve em jogo.
Podendo escrever, conseguiu-se entender a escrita gradativamente levando ao letramento propriamente dito. O aprendizado da leitura e o exercício constante dessa atividade criam uma representação visual da palavra escrita, que vai sendo guardada nesse dicionário particular de cada um, que é o vocabulário.
Promover o encontro das crianças com o texto literário, desde o início do processo de alfabetização, constitui, como já dito antes, um desafio tanto para quem propõe, quanto para quem se dispõe. O professor é, sem dúvida, um sofrido protagonista neste processo. Que ferramentas utilizar para aproximar as crianças da leitura literária sem tornar a Literatura intangível, ou sacralizada, em suma, sem tornar inexequível à tarefa didática (MEC, 2006, p.129).
O que se percebe é que esteve e está acontecendo eventos voltados para a utilização da literatura com ferramenta pedagógica para dar embasamento no processo de alfabetização, com o objetivo para um conhecimento aprofundado dos alunos com visão para o letramento, nesse embate tem-se um porque com consistência que leva ao rumo das fazes do desenvolvimento e das fases da leitura, precisa considerar psicossocial.
A obra de Emília Ferreiro fala sobre como o aluno aprende no processo de alfabetização. Segundo Dalla Valle (2013, p.40) “É preciso considerar que há um movimento interno no sujeito que aprende que o faz refletir sobre o que está construindo”. Nesse sentido Ferreiro, Teberosky (1985, p.29) aponta questionamentos:
Um sujeito intelectualmente ativo não e um sujeito que “faz muitas coisas”, nem um sujeito que tem uma atividade observável. Um sujeito ativo é um sujeito que compara, exclui, ordena, categoriza, reformula hipóteses, reorganiza etc. Em ação interiorizada (pensamento) ou em ação efetiva (segundo seu nível de desenvolvimento). Um sujeito que está realizando algo materialmente, porém, segundo as instruções ou o modelo para ser copiado, dado por outro, não é habitualmente, um sujeito intelectualmente ativo.
Nas palavras dessas autoras, elas explicam para ser um sujeito ativo, crítico, no que se refere ao processo da alfabetização e letramento diz o seguinte que para aprender não é preciso mecanizar atividades para que façam o sujeito pensar e elaborar seus conhecimentos, formular suas hipóteses a respeito do que foi ensinado, discutido. E também considerar sobre os níveis de desenvolvimento da escrita por Ferreiro apud Cocco; Hailer, (1996).
Nível pré-silábico - neste, a escrita da criança não tem correspondência com o som. Ela registra garatujas, desenhos sem configuração e, mais tarde, desenhos com configuração. Na sequência registra símbolos e pseudoletras (traçado que reflete seu modo particular de escrever); Nível silábico - ao escrever, a criança conta os pedaços sonoros – as sílabas das palavras e das frases e usa uma letra para representar cada sílaba. As letras podem ou não ter valor sonoro convencional, ou ainda uma letra para cada sílaba sonora, mas sem correspondência com o som convencional. A criança escreve somente com vogais, ou somente com consoantes; Nível silábico-alfabético - a criança compara escritos ou percebe que os adultos não conseguem ler o que ela escreve. Ela, então, avança para outra fase, na qual o valor sonoro torna-se fundamental, e começa a acrescentar letras principalmente na primeira sílaba; Nível alfabético - a criança agora consegue ler e expressar graficamente o que pensa ou fala. Porém escreve foneticamente (ou seja, faz a relação entre som e a letra.) e ainda não consegue ortograficamente. Por isso, são comuns palavras escritas com pequenos erros.
Com essa nova visão do aprendizado da escrita distribuída em níveis de desenvolvimento, ficou em evidência conceitos que antes não tinha valor pedagógico, contudo, foi alterado significantemente aquilo que era visto como rabisco feito pela criança, hoje não pode ser entendido com rabisco e sim como um nível de aprendizado que é o pré-silábico.
E outro ponto que foi questionado é a questão do erro foi modificada porque as maneiras de tentar escrever na linguagem convencional eram tidas como padrão. E não sendo iguais a estas eram consideradas com erronias, já depois das hipóteses de Emília Ferreiro esse conceito clareou ressignificados com bastante peso teórico.
O trabalho pedagógico consiste apoderar-se dos objetivos da aprendizagem, examiná-los, analisá-los, interrogá-los, escrutá-los em todos os sentidos. (Meirieu, 2002, p.83) “Quem ensina a leitura, deve ser um bom leitor. A partir desse pressuposto ressaltamos que o professor precisa gostar de ler, ler muito e envolver-se com o que lê” (Lajolo, 2005, p. 107).
A indissociabilidade do processo ensino-aprendizagem nos primeiros níveis do Ensino Fundamental quanto no quesito alfabetização e letramento na atualidade pôde-se perceber que é interessante, e mais ainda é necessário à elaboração de uma fundamentação de didáticas eficazes para a formação de mentes críticas e conscientes de seu papel na sociedade, por essa razão tão conscientizadora, temos que permitir e nos permitir evolução de nossas capacidades.
Propõe uma ênfase no outro e, num primeiro momento, enfatizar o que outro sabe a prática social dos envolvidos, chegando-se ao nível das alterações das relações sociais (Martins 2006). A escola precisa ensinar aos seus educandos a ler e entender não as palavras, as histórias. Mas também os textos específicos de cada disciplina.
[...] não se trata de escolher entre alfabetizar ou letrar; trata-se de alfabetizar letrando. Também não se trata de pensar os dois processos como sequenciais, isto é, vindo um depois do outro, como se o letramento fosse uma espécie de preparação para a alfabetização, ou, então como se a alfabetização fosse condição indispensável para o início do processo de letramento. O desafio que se coloca para os primeiros anos da Educação Fundamental é o de conciliar esses dois processos, assegurando aos alunos a apropriação do sistema alfabético-ortográfico e condições possibilitadoras do uso da língua nas práticas sociais de leitura e escrita. [...] Assim, entende-se que a ação pedagógica mais adequada e produtiva é aquela que contempla, de maneira articulada e simultânea, a alfabetização e o letramento.
Na intenção de desenvolver a conscientização de valores como cidadania, rejeições às injustiças sociais, respeito ao outro, exercício de direitos e deveres, são reveladas a criança, gradativamente e progressivamente, os usos da língua em textos e contextos que incentivem à reflexão crítica, com temas que o levem a conhecer e avaliar a importância dos valores éticos e morais da sociedade e da relevância de sua participação como cidadão ativo na sociedade.
Nesse sentido foi colocado o questionamento o progresso do aprendizado das crianças em diversos contextos que internalize conhecimentos que contribuam na vida delas, com fundamento real do que está vivenciando assim podendo obter o conhecimento sistematizado e concretizado em variados contextos interdisciplinares.
A avaliação diagnóstica contínua sendo um dos instrumentos de verificar, investigar as habilidades das crianças em determinadas áreas do conhecimento.Essa ferramenta permite acompanhar o processo de aprendizagem e fazer intervenções no planejamento, com o objetivo de levar os alunos a atingir as metas, as expectativas. Segundo os PCNs do Ensino Fundamental:
Para avaliar segundo os critérios estabelecidos, é necessário considerar indicadores bastante precisos que sirvam para identificar, de fato, as aprendizagens realizadas. No entanto, é importante não perder de vista que um progresso relacionado a um critério específico pode manifestar-se de diferentes formas, em diferentes alunos. E uma mesma ação pode, para um aluno, indicar avanço em relação a um critério estabelecido, e, para outro, não.
A avaliação na perspectiva que foi aqui apontada necessitou de uma diversidade de instrumentos e situações para obter informações sobre os processos de aprendizagem. Avaliar é antes de tudo, um processo de responsabilidade, de justiça e de equilíbrio de nossa parte, na condição de professores. Both (2011, p.49).
Segundo Richard Bamberger cujo pensamento resume e abrange ao mesmo tempo para incentivar o hábito da leitura indica as funções da leitura:
A. Leitura informativa - a informação escrita merece mais confiança do que a oral. B. Leitura escapista – Necessidade de satisfazer desejos. O que se encontra na vida – êxito, prestígio e prazer – procura-se no material de leitura. C. Leitura literária – uma bisca além da realidade. Procura o significado interno, o reconhecimento do simbólico nos acontecimentos cotidianos. (...) infelizmente 5% das pessoas se conservam como leitores desse tipo durante a vida inteira, embora seja esse o primeiro objetivo da educação literária. D. Leitura cognitiva – Tem a mesma motivação que a filosofia: o anseio do conhecimento e da compreensão de si mesmo, dos outros e do mundo.
São possibilidades de trabalhar a alfabetização letrada com educandos nos primeiros anos do Ensino Fundamental concomitantemente com outras disciplinas não só a Língua Portuguesa. A literatura enquanto forma de conhecimento é aquela que assume um papel informativo e que abre as portas do saber, propicia o acesso ao conhecimento, traz informações para a vida prática, num processo sem fim. Costa (2007, p.28). Desse modo segundo Giraldi (1996, p.19) nossa compreensão como sujeitos também está relacionada ao processo histórico da origem da linguagem:
O sujeito se constitui como tal à medida que interage com os outros, sua consciência e seu conhecimento de mundo resultam como “produto sempre inacabado” deste mesmo processo, no qual o sujeito internaliza a linguagem e constitui-se como ser social, pois a linguagem não é trabalho de um artesão, mas trabalho social e histórico seu e dos outros e para os outros e com os outros que ela se constitui. Isto implica que não há um sujeito pronto, que entra na interação, mas um sujeito se completando e se construindo nas suas falas e nas falas dos outros.
Esse entendimento nos levou a acreditar em convicções de que nós como sujeitos de atitudes próprias independentes, também precisamos e necessitamos da convivência social e ativa. Isso porque cada indivíduo é único, e, por meio de seus processos psicológicos mais sofisticados (que envolvem consciência, vontade e intervenção), constrói seus significados e recria sua própria cultura (Vygotsky, 1991, p.64).
Nesse apontamento nos referiu que para uma alfabetização letrada deveu-se ter consciência, para ter e obter conhecimento numa sociedade do conhecimento complexo, cheios de variedades, de códigos tecnológicos e linguísticos deve-se ser um sujeito atuante, ativo no ato pedagógico.
Foi necessário contribuir com a mediação, existiu e permanece evidências que nos provam e comprovou tamanha é a relevância de construir o hábito de leitura e reflexão e a discussão que é importante à conversa, o diálogo com o aluno/criança a respeito do que está sendo proposto para eles.
Carvalho (1989, p.19) que “tirar da criança o encanto da fantasia pela arte, particularmente a arte do desenho, da forma das cores e da literatura (que representa todas), é sufocar e suprimir todas as riquezas do seu mundo interior”.
Por isso deve-se permitir aos educando o contato direto para apropriar-se desse mundo encantador que é o da leitura. Toda criança em processo de alfabetização pode se beneficiar da literatura infantil, por meio da leitura é possível dominar o uso da linguagem de acordo com a norma culta: a acentuação gráfica a colocação dos pronomes, o emprego dos verbos, além da regência e concordância. (Vieira, Larson).
Quanto as atividades de leitura podem-se evidenciar as sugestões propostas por Russo (2012, p.60) que fala como proceder ou desenvolver um trabalho pedagógico:
As atividades são sugestões de como proceder ou desenvolver um trabalho pedagógico. Todas elas podem – e devem adaptadas de acordo com cada turma. O desenvolvimento dessas atividades pode ter resultado diferente do que se encontra aqui exemplificado, em decorrência não só do modo de conduzir o trabalho, mas também do envolvimento, interesse o desenvolvimento da classe. O professor deve estimular e desenvolver a linguagem oral e escrita e o trabalho com letras, frases e textos durante todo o ano, adequando as atividades às hipóteses dos alunos. O professor deve saber quais as atividades podem ser desenvolvidas com sua turma e em que momento serão bem aproveitas pelos alunos. A ordem sugerida não é estática nem rígida. Mais uma vez, é preciso levar em consideração o nível de cada turma. Embora os assuntos estejam separados em capítulos para facilitar a leitura, o professor deve abordar todos os itens simultaneamente. Trabalhando ao mesmo tempo, por exemplo, os nomes dos alunos e as palavras-temas propostas pela classe e/ou direcionadas, provavelmente passará por todas as combinações de letras que nossa língua permite. As noções básicas norteadoras da prática de escrita e a gramática vivenciada sem regras deverão ser desenvolvidas de maneira gradativa, permeadas pela linguagem oral, pelo diálogo e interação entre os alunos, com aplicação imediata nas produções.
Com a mediação do professor no processo de ensino-aprendizagem para a construir a aprendizagem significativa a partir dos conhecimentos anteriores, dever fazer uso de procedimentos e instrumentos como atividades que oportunize ao aluno essa interação interdisciplinar e com bastante estímulos pedagógicos, lúdicos, atitudinais.
Quanto aos diversos fatores que fazem parte da integralidade da criança que devem ser levados em conta como psicológicos, emocionais, sociais, físicos, culturais, entre outros para a alfabetização e letramento tem que se dá em um ambiente acolhedor com respeito e que desperte a criticidade, afetividade e a construção ao mesmo tempo da própria identidade social.
Para a efetividade da integralidade deve-se fazer alusão e importância ao um mundo que exige de nós uma leitura e reflexão crítica e, por conseguinte, uma postura ativa de atuação, conforme os ideais de humanização. Uma postura ativa frente a este mundo contemporâneo, dito globalizado, trans mundializado, ou qualquer outra nomenclatura existente na literatura ou conforme a “moda em voga” (Adorno, 1995) apud Couto (2012).
Com essas palavras permite-se um entendimento aprofundamento de como necessitou ser a educação nessa perspectiva levando em conta toda a questão da globalização, que vem aflorando o conhecimento das tecnologias e adentrando o espaço escolar junto com os conhecimentos culturais dos alunos, que invocou aos profissionais da educação uma postura de interculturalidade que possa dar conta da demanda.
Nesse enfoque o professor/pedagogo precisou estar atento a sociedade que está em constante mudança de conhecimento, o mais breve possível deve estar em contato com os conhecimentos que os alunos estão, porque se não, haverá um descompasso, dando a impressão que os alunos sabem mais que o professor, e não haverá conexão de saberes socioculturais.
Com essa indagação o professor/pedagogo numa evidência para a alfabetização com direcionamentos pedagógicos: o letramento permite-se que essa nova realidade, a “geração net” na sociedade do conhecimento, vai além dos saberes produzidos socialmente.
Porque sendo ativo, participativo refaz nos conhecimentos adaptando as suas necessidades, Ao professor careceu-se seguir essa tendência para dar continuidade no aprendizado significativo.
A tendência teve como objetivo a contextualização, Franchi (2012, p.42-43-44) explicou que se entende aqui por contextualização a produção como a interpretação das expressões linguísticas sempre dependem de inúmeras condições contextuais.
É necessário, ainda, lembrar que a linguagem se constrói e se interpreta em situações dialogais reais, isto é, quando o tema, o modo, a forma da conversa e a própria conversa resultam de uma convivência vital.
O levantamento da contextualização para alfabetização e letramento nos iniciais deve ter como propósito de processo de construção da identidade social permitindo-se uma relação de interligação das condições contextuais.
2.1 ESSENCIAIS TÉCNICAS PARA A PESQUISA CIENTÍFICAS
A metodologia específica que foi para elaborar esse árduo e significativo trabalho foi interligando várias contribuições de renomados autores no campo da Educação, fazendo grandes levantamentos no processo de construção de meus conhecimentos, podendo e edificando saberes e relevantes conteúdos, obtive numa pesquisa bibliográfica, teórica.
Schön (1997) a maneira do procedimento, o pensar reflexivo em torno de três aspectos de conhecimento na prática: reflexão da prática, reflexão na prática e reflexão sobre a prática.
No intuito de engrandecer a minha investigação nos níveis de ensino que foram os primeiros anos do Ensino Fundamental, originando com essa metodologia grandes expectativas que buscou compreender a expansão e a eventual defasagem e a percepção de todos os envolvidos nesse âmbito escolar.
Afirmando-se a ampliação nos quesitos alfabetização e letramento que estão intrinsicamente unidos nesse objetivo maior, que é a educação uma abordagem qualitativa. “Queremos crianças leitoras e produtoras de texto – em um nível que esteja de acordo com sua idade, seus conhecimentos, suas práticas, mas, assim, produtoras de texto” (Valle, 2013, p.79).
Foi com base nos também nos direcionamentos da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN/96) e nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) para edificar essa forma de construir elementos de busca conceitos para organizar as ideias com procedimentos apropriados.
Os procedimentos foram devidos, aos estudos que foram feitos para a busca de conceitos que levaram em conta instrumentos importantes para o “encaminhar” do processo de conhecimentos de ordem técnica como: resumos; fichamentos; sínteses, paráfrases, para a confecção desse artigo científico.
Foi direcionado à apontamentos para funções de resoluções de problemas educacionais e tentar com diálogos, com interações mediatas ou não através de conversas entre autores e pensamentos e ideias que se relacionaram para um bem comum.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesse texto teve-se um percurso intenso de aproveitamento significativo de aprendizado científico, quanto a resolução da problemática e a temática em questão que tive como foco nessa pesquisa, me despertou para inúmeras possibilidades de construção do conhecimento.
Porque não só o aluno aprende, mas, o professor ao colaborar com a alfabetização/letramento foi e é também modificado as perspectivas da docência, foi incorporado em processos interiores uma relevância de conhecimento a sua identidade profissional.
Foi e é criada e recriada com a troca do conhecimento numa relação intrínseca e plural. “Para a interculturalidade, não basta saber identificar as diferenças, são necessárias a interação e a troca entre as partes” (Freitas, 2012, p.93). No entanto, a concepção de professor reflexivo na contemporaneidade perpassa pela necessidade de aprimoramento individual (Couto, 2012, p.89).
Nesse sentido considerou-se importante ter uma visão concreta do aprendizado do aluno tendo em vista os níveis conceituais de escrita de Ferreiro (pré-silábico, silábico, silábico-alfabético, alfabético) como percurso e propulsor da alfabetização com o letramento em todos os momentos, reconsiderando-se o significado de erro nesse entendimento.
“As pesquisas de Ferreiro trouxeram outra visão a esse “erro”, mostrando que na verdade as escritas que eram consideradas “erradas” são parte do processo de aprender escrever certo” (Valle, 2013, p.45). Levou-se em conta todos os níveis de escrita e todas as especificidades das fases do desenvolvimento e também de acordo com a realidade do aluno/criança.
Sendo assim, ao pensarmos na prática educativa a partir da consciência de que os nossos alunos são sujeitos de história com possibilidades de se reinventarem e recriarem no mundo que estão inseridos, a nossa prática tomará outro rumo, terá outra finalidade, assumirá outro compromisso, configurar-se-á em outra maneira de aprender, entendendo, portanto, que a nossa função enquanto educador vai além do ensino de qualquer conteúdo e/ou disciplina (Couto, 2012, p.93).
Foi através da observação dos níveis da escrita pelo nível das fases de desenvolvimento da criança que pôde o professor alfabetizador analisar as reais necessidades do aluno/criança, fazendo a mediação e a compreensão do encaminhar com seguimento das ZDPs, do real ao potencial numa perspectiva com orientações pedagógicas e respeitando-se a sua identidade cultural, os seus tempos/espaços.
Á questão da introdução da literatura infantil para a formação de leitores alfabetizados e gradativamente serem letrados, a educação brasileira esteve sempre atrelada ao contexto histórico, social, político e principalmente ao cenário econômico.
Por que acontece da maioria das crianças que estudam nos primeiros anos do Ensino Fundamental público saem sem conseguir ler e interpretar adequadamente?”.
Com relação esse problema constatou-se que o que levou esse questionamento foi a falta de ir de ao encontro com a realidade do aluno e rever as suas as suas metodologias pedagógicas no contexto sociocultural dos alunos, em sociedade contemporânea evidenciando as necessidades dos educandos para o aprendizado significativo.
Por isso deve-se permitir aos educandos o contato direto para apropriar-se desse mundo encantador que é o da leitura. Toda criança em processo de alfabetização pode se beneficiar da literatura infantil/juvenil, por meio da leitura é possível dominar o uso da linguagem de acordo com a norma culta: a acentuação gráfica a colocação dos pronomes, o emprego dos verbos, além da regência e concordância. (Vieira, Larson).
Na utilização da literatura como procedimento metodológico permitiu-se o desenvolvimento integral das crianças numa relação harmoniosa com a alfabetização e consequentemente ao letramento, levando-se em conta todas as etapas de desenvolvimento (ZDPs) e conhecimentos anteriores para uma ler o mundo e compreender-se dentro de nossa realidade pós-moderna.
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Como citar esse artigo:
SOUSA, Cleane Castro da Silva; SILVA, Maria Cleide Gomes; BRITO, Veronice Silveira de. A interpretação e o letramento nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Revista QUALYACADEMICS. Editora UNISV; v. 2, n. 2, 2024; p. 409-430. ISSN: 2965-9760 | DOI: doi.org/10.59283/unisv.v2n2.024
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