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Livro de Receitas
MEMÓRIAS, PROSAS E RECEITAS AFETIVAS
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Já faz um tempo que me dei conta: o coração tem paladar. A memória gustativa é um braço da memória afetiva – ou seria... a boca? A gente morde o pão quentinho, lambe o doce, sente o aroma do bolo, recém saído do forno, prova o tempero do prato principal, na pontinha da colher, pra não queimar a boca, e o pensamento vai longe, léguas. Língua fala, e também rememora, lembra pelo sabor. Sentar à mesa é prece sem pressa, é dar as mãos, mesmo sem tocar. Refeição é afeição.
Gosto bom é carinho. E o cuidar, a gente sabe: sempre foi, e ainda é, majoritariamente feminino. Quando a gente pensa em comida reconfortante, a gente lembra da casa da mãe, do colo da avó, dos quitutes da tia, das cuidadoras que levavam seus dias ao fogão, na cozinha. Um prato é cheio não só de texturas, cores e sabores, é repleto também de ancestralidade, história. Uma receita recita um poema, nos conta um enredo certeiro, ao mesmo tempo em que é mapa, geografia de uma região, e do país inteiro. A culinária é peculiar de cada local, e salvaguardar o patrimônio gastronômico de um povo, registrando suas receitas, é como fermentar a cultura, fomentando-a, para que cresça e se fortaleça, robusta.
A mesa aqui está posta com o tempero da tradição. O Brasil é esse grande caldo, engrossado com ingredientes de vários povos. Os imigrantes, os povos originários, a mistura que nós somos: um banquete.
Este livro é um presente com pitadas de passado. É uma reunião de família, é um brinde, uma celebração. Ao mesmo tempo é um documento-cofre, que poderá ser acessado pelas gerações vindouras, para que se nutram dessa herança deliciosa – e tão valiosa. Um livro-convite pra cozinhar junto, relembrar causos, conhecer nuances de aromas singulares. Um livro para se degustar, e é certo: o coração vai aprovar.
Mari Bigio, escritora e contadora de histórias
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